4.9
(9)

Carnaval de Almas
Original:Carnival of Souls
Ano:1962•País:EUA
Direção:Herk Harvey
Roteiro:John Clifford
Produção:Herk Harvey
Elenco:Candace Hilligoss, Frances Feist, Sidney Berger, Art Ellison, Stan Levitt, Tom McGinnis, Forbes Caldwell, Bill de Jarnette, Dan Palmquist, Steve Boozer

“Ela era uma estranha entre os vivos”

Os filmes que exploram fantasmas com um horror mais sutil e psicológico normalmente despertam grande interesse. O Parque Macabro (Carnival of Souls, 1962), de Herk Harvey, com roteiro de John Clifford, fotografia em preto e branco e produção de baixo orçamento, é um exemplo bem sucedido dentro dessa ideia. Com uma história sobrenatural no estilo típico da nostálgica série de TV “Além da Imaginação” (1959 / 1964), um pouco mais esticada para se enquadrar como um filme de longa-metragem.

A organista profissional Mary Henry (Candace Hilligoss) sofre um acidente traumático de carro numa ponte, com o veículo mergulhando nas águas escuras de um rio. Ela sobrevive misteriosamente, aparecendo desorientada nas margens. Ao receber o convite de um padre (Art Ellison) para tocar órgão numa igreja em outra cidade, ela viaja até o local. No caminho, visualiza perto da estrada um pavilhão abandonado, que no passado foi um movimentado balneário turístico e parque de diversões. De aspecto macabro e sombrio, o parque falido desperta na jovem um estranho fascínio, principalmente depois que ela é atormentada regularmente por alucinações e visões de um fantasma (o próprio diretor Herk Harvey, maquiado como um zumbi e não creditado), que parece querer se comunicar com ela e resolver alguma pendência entre o mundo dos vivos e mortos.

Mary é antissocial e reclusa, e se hospeda numa pensão de propriedade da Sra. Thomas (Frances Feist), onde conhece o jovem galanteador John Linden (Sidney Berger), que tenta conquistá-la sem muito sucesso. Ela recebe também conselhos de um médico, Dr. Samuels (Stan Levitt), sobre sua constante confusão mental talvez relacionada com o estresse causado pelo acidente de carro. Mas, a mulher perturbada por fantasmas e obcecada pelo pavilhão abandonado precisa entender as visões sinistras que a assombram, e tenta de forma obstinada descobrir a relação entre o “parque macabro” e seus próprios demônios internos.

O Parque Macabro é aquele tipo de filme de horror sugerido, sem violência ou sangue, e apenas com visões oníricas sombrias e alucinações perturbadoras de fantasmas de pessoas que não fazem mais parte desse mundo. Com maquiagem simples, mas eficiente, todas as cenas com os zumbis perseguindo Mary são antológicas e carregadas de horror psicológico.

O filme é indicado para os apreciadores do cinema de horror com atmosfera desconfortável e sobrenatural, sem as barulheiras e correrias de histórias com fluxo narrativo acelerado e que cansam o espectador justamente por esses excessos.

O diretor Herk Harvey (1924 / 1996) tem um currículo extenso, mas ficou mesmo conhecido através da grande repercussão ao explorar a temática do horror psicológico em O Parque Macabro. Ele revelou que, apesar de satisfeito com o sucesso desse filme, acharia mais justo ser reconhecido pelo conjunto de sua obra fora da temática, com muita experiência em centenas de filmes na área educacional, industrial e documentários.

Curiosamente, o filme ganhou dois títulos no Brasil, o oportunista O Parque Macabro, com a utilização de um adjetivo com forte ligação com o horror, e depois o correto Carnaval de Almas, uma tradução literal do original. Tem também uma versão disponível colorizada por computador e ganhou uma refilmagem lançada em 1998, dirigida por Adam Grossman.

Foi lançado em DVD por aqui com o nome Carnaval de Almas, pela “Versátil Home Video”, na Coleção “Obras-Primas do Terror – Volume 3”.

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Média da classificação 4.9 / 5. Número de votos: 9

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5 Comentários

  1. Um ótimo filme, com atmosfera misteriosa e apavorante em ceros momentos… ótima atuação da atriz principal…

  2. Assistido ontem, somente em 2023 rsrsr pesquisei, li críticas e opiniões, vi imagens e fiquei meio assim.. cliquei mais de uma vez p ver no youtube e finalmente vi ontem e digo que é um filme poético e filosófico, muito bom gostei bastante e já vou tê-lo na coleção.
    A pergunta que fica é oo pessoal da pousada tb estava morto como ela ? pq somente o médico o padre e os outros conseguiam vê-la? e o resto da cidade não ? bom tirando isso o filme é nota 1000 viciado em filmes dos anos 50 e 60 em preto e branco.

  3. Gosto desse filme.

    O fantasma “principal” me lembra mais o Pinguim (do Btaman).

  4. Um filme excelente.
    Um dos mais assustadores que eu já vi; um dos meus favoritos.
    Uma excelente história de fantasmas.

  5. George Romero bebeu muito neste filme p fazer o seu clássico A Noite dos Mortos Vivos !

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