Garota Sombria Caminha pela Noite (2014)
 Garota Sombria Caminha pela Noite
Original:A Girl Walks Home Alone at Night
Ano:2014•País:EUA, Irã Direção:Ana Lily Amirpour Roteiro:Ana Lily Amirpour Produção:Justin Begnaud, Chris Maleki, Sina Sayyah Elenco:Sheila Vand, Arash Marandi, Marshall Manesh, Rome Shadanloo, Dominic Rains |
A noite de Bad City, uma cidade iraniana com poucos habitantes, é cruzada por uma série de personagens nada convencionais: entre viciados, prostitutas, traficantes e moradores de rua, uma jovem vampira caminha e vigia, enquanto busca um pouco de alimento. Esse “jovem“, no entanto, se aplica só pelo que sua aparência nos apresenta. Aos poucos, vamos percebendo sua idade em suas atitudes. Ela vive no ritmo da eternidade, e observa tudo com a profundidade de quem já viu muito.
Garota Sombria Caminha pela Noite é aquele tipo de filme que já nasceu “cult” (nem sei se essa expressão ainda faz sentido hoje em dia), e muitos fatores apontam isso. Trata-se de uma coprodução entre Estados Unidos e Irã, e apesar de rodado na Califórnia, tem o farsi (persa) como idioma utilizado. A fotografia preto e branco também carrega o tom solene que o filme parece pretender seguir aqui e ali.
Com um roteiro repleto de silêncios, em que o diálogo com o espectador é feito pela trilha sonora, pelos cenários e ambientações, não é um filme para quem quer ação e muita sanguinolência, apesar de estas estarem presentes pontualmente.
Trata-se, na verdade, de uma tentativa de romance, entre uma vampira e o único rapaz não corrompido de Bad City. Há muita poesia em seus encontros. O primeiro deles acontece, inclusive, quando ambos estão vivendo experiências inéditas pela noite: ela andando pela cidade de skate, ele perdido na alucinação de alguma droga, quando se esbarram numa rua de um bairro “nobre”, tão nobre que nem parece Bad City.
Dirigido pela britânica Ana Lily Amirpour, Garota Sombria Caminha pela Noite foge dos estereótipos sobre vampiros com os quais estamos acostumados. Nunca fica clara a relação da tal garota com as fraquezas dos vampiros (como sua relação com o dia, por exemplo), focando mais na conciliação entre a fome e o “tédio da eternidade”, trazendo a narrativa para o nível existencial – algo muito parecido com o que Jim Jarmusch fez com seu Amantes Eternos.
Ao fim, é um filme sem estilo definido, aquela coisa meio “indie” que nos puxa para o existencialismo tendo o sombrio e o fantástico como base. Assim como o Amantes Eternos, é um trabalho que nos oferece um outro olhar sobre os seres da noite, ou apenas ilumina um lado que não costumamos perceber. Quem tiver interesse, o filme está disponível no Prime Video no canal Reserva Imovision, e nos torrents.
Mais um filme lixo misândrico para apelar para as fantasias sádicas de mulheres assassinando homens.
Como vc chama os montes de filmes em que os assassinos são homens, “””Ser das Trevas”””?
Fiquei interessado.