Lisa Frankenstein (2024)

3.8
(9)

Lisa Frankenstein
Original:Lisa Frankenstein
Ano:2024•País:EUA
Direção:Zelda Williams
Roteiro:Diablo Cody
Produção:Mason Novick, Diablo Cody, Elizabeth Ellson
Elenco:Kathryn Newton, Cole Sprouse, Liza Soberano, Joe Chrest, Carla Gugino, Henry Eikenberry, Jenna Davis, Trina LaFargue, Paola Andino, Joshua Montes

Uma ode às adolescentes e garotas estranhas, Lisa Frankenstein é uma comédia-horror de estreia da diretora Zelda Williams (filha do famoso ator e comediante Robin Williams) em parceria com a roteirista Diablo Cody (que escreveu o icônico Jennifer’s Body). Com ambientação na década de 80, Lisa (Kathryn Newton) reanima um cadáver vitoriano (Cole Sprouse) e juntos vivenciam assassinatos, descobertas e romance.

A mãe de Lisa sofre uma tragédia, levando a garota a morar com o pai passivo (Joe Chrest) e uma nova família. Sua madrasta horrível (Carla Gugino, que está sempre presente nas obras de Mike Flanagan) tem uma filha (Liza Soberano) que é sua colega de classe, a típica popular do colégio (que surpreende em ser mostrada como uma fonte de apoio e amiga genuína ao invés de uma inimiga bully detestável). Apesar dos clichês esperados, as atuações são ótimas e com características marcantes e específicas para cada personagem.

Lisa, ao se isolar dos outros jovens, passa muito tempo no cemitério visitando, lendo e conversando com um túmulo em específico. O pianista vitoriano é reanimado e a procura como referência e companhia. Como todo cadáver, o monstro em si está caindo aos pedaços, e juntos buscam novas partes para a reconstrução. Essas partes virão de pessoas diferentes, em situações cômicas que não poupam quem ousa atrapalhar a missão.

As atuações corporais são o grande destaque para os protagonistas. Cole Sprouse, quase sem falas, surpreende em sua performance. Mas é Newton quem carrega o filme nas costas. Seus trejeitos e expressões mesclam o adorável com a frieza do jeitinho homicida que uma jovem quase psicopata em sua estranheza pode trazer.

Outro ponto positivo é como Cody consegue transformar os clichês de tropos facilmente identificáveis em algo diferente, com um toque único. Até a conhecida jornada de autodescoberta na adolescência é levada a essa fuga. A protagonista pode ser quem ela quiser, inclusive continuar se desenvolvendo como uma jovem estranha e problemática, sem falsas ou forçadas redenções. Apesar de esperarmos que alguma coisa ou outra vá acontecer, tem um final muito condizente com o seu tom e vai para um lugar que surpreende de certa forma.

Apesar de ser um filme divertido, cuidado com as expectativas e comparações com os roteiros anteriores de Diablo Cody. Lisa Frankenstein tem um tom muito diferente, onde tudo é mais leve (principalmente a história em si e o gore). A audiência alvo, que com certeza se identificará mais com a história, são as adolescentes. A aposta é que elas transformem a obra em um novo cult-clássico daqui uns anos. Da mesma forma que a minha geração fez com o maravilhoso Jennifer’s Body.

O título já é suficiente para entender a inspiração base da obra e, mesmo assim, se inspira em tantas outras fontes para sua completude. Remendando gêneros e referências, não se leva a sério propositalmente, o que o faz extremamente divertido e satisfatório. Como por exemplo o nome da dupla de policiais John e Waters (aclamado diretor de filmes trash como Pink Flamingos). Estamos numa época repleta de adaptações do monstro de Mary Shelley, como Birth/Rebirth e Poor Things, e esse talvez seja o menos memorável do pódio, mas não menos aproveitável. Mas é uma ótima obra de estreia para Zelda Williams como diretora.

Mesmo que não seja um filme tão marcante para o público mais velho, ainda é um filme que vale assistir em algum momento, sem muitas pretensões além de algumas risadas ou passar um tempo identificando as referências, aproveitando a trilha sonora impecável e admirando o visual oitentista sem ficar saturado como tantas outras que surgem dessa ambientação. É novo e diferente, e encaixa perfeitamente quando você estiver precisando de algo leve (mas que ainda mostrará sangue e alguns membros decepados).

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Média da classificação 3.8 / 5. Número de votos: 9

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Natalia Malini

Final girl nas horas vagas e psicóloga nas horas não vagas que não nega convites para cafés e jogos de tabuleiro. Mãe de pet integral de dois chihuahuas, fã de punk rock e musicais da broadway. Escreve contos de terror publicados em antologias e uma newsletter sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Residente de São Paulo que ainda acredita em conexões da vida real por meio do online. Bissexual consumidora assídua de obras criadas e protagonizadas por mulheres.

4 thoughts on “Lisa Frankenstein (2024)

  • 18/03/2024 em 07:53
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    que porcaria de resenha rasa, hoje em dia deixam qualquer um escrever, credo

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    • Avatar photo
      18/03/2024 em 17:05
      Permalink

      JP, não tem nenhum “qualquer um” aqui, tá? Fica à vontade pra discordar das críticas, mas educação é sempre bem-vinda 😉

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    • 19/03/2024 em 13:55
      Permalink

      Os incel fica tudo doido quando descobrem que tem uma mulher escrevendo sobre horror.

      Resposta
  • 17/03/2024 em 23:09
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    Certamente tem um público alvo em vista, mas sem pretensões pode arrancar outras facas etárias se a pessoa tiver disposta a apenas se divertir.

    Resposta

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