Exclusivo: Boca do Inferno conversa com Elizabeth Saunders, atriz da série From / Origem

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Colaboração: Natália Nascimento

Adentrar a claustrofóbica cidade de From / Origem é se envolver com seus mistérios e monstros, além de núcleos intensos em constantes conflitos de convivência. Duas temporadas não foram suficientes para descobrir os principais segredos que o lugar esconde, mas permitiram que o público conhecesse personagens fortes e significativos, graças à incrível atuação do elenco. É lá que também habita Donna, uma líder de grupo, capaz de coordenar as principais ações de um casarão apelidado de “Colônia“, sabendo o momento certo de se impor, enfrentar os principais desafios e ameaças. A força dessa personagem tem a excelente interpretação de Elizabeth Saunders, com quem o Boca do Inferno teve oportunidade de conversar.

Nascida na Inglaterra e criada em Calgary, Liz vive e trabalha em Toronto. Com mais de 70 produções em seu currículo, ela demonstra versatilidade para assumir papéis bem distintos, demonstrando força e imposição cênica. Já trabalhou em teatro, inclusive comandado peças, e também exerce em seu currículo funções como professora, dubladora e escritora, tendo um BFA em atuação e um mestrado em Performance Teatral e Drama.

Destacam-se entre filmes e séries de sua filmografia trabalhos em It – A Coisa, Orphan Black (2013), Clarice (2021), Mary de Morte (2019), The Strain (2016), A Justiceira (2022) e tantos outros como The Shrouds, próximo filme de David Cronenberg.

Acompanhe conosco esse bate-papo sobre inspirações, o trabalho com o marido, teorias e seus momentos preferidos de From, assim como as expectativas para a terceira temporada!

Boca do Inferno: Com uma filmografia contendo mais de 70 produções de variados gêneros, como você foi parar na misteriosa cidade de From?

Elizabeth Saunders: Meu agente me indicou para o papel de Donna, fiz o teste e o resto é história.

Boca do Inferno: Há muita comparação de From com a clássica série Lost, até mesmo pelos envolvidos e perguntas que se acumulam. O personagem de David Alpay chegou a dizer na segunda temporada que parece estar lendo um livro começando pela metade ou faltando páginas. Como é participar de uma série em que você não faz a mínima ideia do que está acontecendo?

Elizabeth Saunders: Emocionante e muito divertido. Eu adoro não saber para onde vai de episódio para episódio, especialmente agora que temos duas temporadas em nosso currículo e uma grande noção de quem são nossos personagens. É uma aventura.

Boca do Inferno: Você atua ao lado de seu marido, Cliff Saunders. Vocês também escrevem na parede de casa perguntas que ainda não têm resposta na série ou criam teorias juntos? Como é estar ao lado dele?

Elizabeth Saunders: Não escrevemos na parede, mas Cliff e eu teorizamos. Então, quando assistimos, começamos a teorizar tudo de novo. Também gosto de ler teorias de fãs. Existem algumas muito legais por aí. Quanto a atuar com Cliff é uma delícia. Não conseguimos atuar juntos com muita frequência, então isso é um bônus. Além disso, é divertido que Donna e Dale não concordem em nada.

Boca do Inferno: Donna é uma das personagens mais fortes da série, uma espécie de “mãe de todos”, tendo que colocar ordem na Colônia e resolver conflitos. Você também é assim fora do personagem? Teve alguma inspiração para interpretá-la?

Elizabeth Saunders: Eu me considero uma Donna light. Não sou tão enérgica e estóica quanto ela, e certamente não tenho as habilidades que ela possui vindo de uma origem rural, mas trago muito de mim para ela. Muita coisa vem da minha resposta natural quando penso como Donna. Grande parte da minha inspiração para ela vem de uma série de mulheres maternais fortes, práticas e diretas que conheci, que trabalharam duro para criar uma base sólida para suas famílias e amigos, e depois acrescentaram um pouco de maldade quando obrigatório.

Boca do Inferno: Houve alguma cena mais difícil de fazer e que exigiu mais da personagem? Qual é a sua preferida?

Elizabeth Saunders: As cenas mais desafiadoras são aquelas que estou mais animada para filmar porque tenho que me esforçar, investir e explorar, seja emocionalmente ou fisicamente. Tenho muitos favoritos, entre eles alguns que rapidamente me vêm à mente: todas as cenas entre Boyd e eu, quando estamos frente a frente; o discurso ”Você acredita em monstros?”; todas as sequências no restaurante no início da 2ª temporada; ter trancado Randall no ônibus – qualquer coisa com Randall é divertido; a cena do bar com Kenny na 1ª temporada e, por mostrar um lado mais suave de Donna, a cena com Ethan no porão…

Boca do Inferno: Seu próximo trabalho, já em pós-produção, é o terror The Shrouds, de David Cronenberg. O filme conta com um elenco de peso: Diane Kruger, Guy Pearce, Vincent Cassel, entre outros. O que você pode nos adiantar sobre esse trabalho?

Elizabeth Saunders: Ainda não posso contar muito sobre o Sudário. Mas direi que é um roteiro muito legal, me diverti muito trabalhando nele e estou honrada que a vida me ofereceu a oportunidade de trabalhar com David Cronenberg.

Elizabeth Saunders em It – A Coisa (2017)

Boca do Inferno: Tendo participado de algumas produções de horror como It – A Coisa, as séries The Strain, Clarice e Apocalipse V, pode-se dizer que você também é fã do gênero? Quais são os seus favoritos?

Elizabeth Saunders: Na verdade sou fã do gênero. Um dos muitos gêneros que gosto. Minha preferência é pelo terror psicológico. Eu gosto de uma narrativa cadenciada. E eu sou meio “old school”. Alguns filmes de terror favoritos: O Bebê de Rosemary, O Exorcista, Eraserhead. O Labirinto do Fauno, Silêncio dos Inocentes, Babadook, A Hora da Zona Morta, Corra!, Hereditário, O Inquilino, Nosferatu…

Elizabeth Saunders na série Clarice

Boca do Inferno: Poderia deixar uma mensagem para os fãs de From sobre o que esperar para a próxima temporada?

Elizabeth Saunders: Eu gostaria de poder, mas não tenho nada a relatar. Direi que estou animada para voltar a filmar e muito grata por termos fãs tão vibrantes, imaginativos e calorosos. Temos muita sorte por isso!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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