A Névoa (2005)

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A Névoa (2005) (2)

A Névoa
Original:The Fog
Ano:2005•País:EUA
Direção:Rupert Wainwright
Roteiro:Cooper Layne
Produção:John Carpenter, David Foster, Debra Hill
Elenco:Tom Welling, Maggie Grace, Selma Blair, DeRay Davis, Kenneth Welsh, Adrian Hough, Sara Botsford, Cole Heppell, Mary Black, Christian Bocher

John Carpenter é um daqueles cineastas cultuados por sua filmografia de horror, que inclui preciosidades como Halloween – A Noite do Terror (Halloween, 1978) e O Enigma do Outro Mundo (The Thing, 1982), ao lado de outros nomes igualmente conhecidos como George Romero, Tobe Hooper, David Cronenberg, Sam Raimi, Wes Craven, John Landis, Joe Dante, Dan O´Bannon, Peter Jackson etc. Em 1980 ele dirigiu A Bruma Assassina (The Fog), uma história de horror sugerido sem a exibição de sangue, com fantasmas vingativos que atacam uma cidade litorânea, escondidos num sinistro nevoeiro. O filme traz no elenco Jamie Lee Curtis (de Halloween) e Janet Leigh (de Psicose), curiosamente filha e mãe na vida real, e foi lançado em DVD no Brasil pela Universal e Studio Canal (sem materiais extras).

A onda de refilmagens parece não ter fim, numa constatação óbvia da falta de criatividade dos roteiristas, que preferem não trabalhar em histórias novas e mais atraentes, optando apenas em reciclar ideias antigas. É fato que existem casos de refilmagens tão boas quanto os originais, mas na maioria das vezes os resultados são inferiores, como é o exemplo de A Névoa (The Fog, 2005), de Rupert Wainwright (de Stigmata), e baseado em A Bruma Assassina. Mesmo com a presença de Carpenter na equipe de produção, não foi possível impedir a realização de um filme infinitamente abaixo do original, que por sua vez, também era apenas um bom filme de horror com fantasmas vingativos, e não um clássico moderno ou algo parecido.

A Névoa (2005) (3)

A história básica é ambientada numa ilha, onde os moradores são atormentados pelos fantasmas de um grupo de leprosos que foram enganados e brutalmente assassinados cem anos antes, queimados e afundados em seu navio antes de desembarcarem em terra firme, num acordo desrespeitado que garantia um pedaço de chão para estabelecerem uma comunidade e viverem em paz. Em busca de vingança, os fantasmas reaparecem carregados de ódio e ocultos numa espessa e misteriosa neblina que envolve toda a ilha, causando pânico e mortes violentas entre os residentes.

Como a maioria das refilmagens, A Névoa exagera nas doses de liberdade de criação, afastando-se do roteiro original de A Bruma Assassina. Em alguns casos, isso poderia até funcionar, mas aqui o resultado somente piorou com o roteirista Cooper Layne perdendo tempo demais em flashbacks cansativos explicando o passado (no original isso é apenas sugerido, instigando a imaginação do espectador), além de desconsiderar uma sequência inteira e bastante tensa do filme de 1980 envolvendo uma locutora de rádio num farol invadido pelos fantasmas vingativos, e um desfecho descartável e muito inferior. O mais estranho é que John Carpenter permitiu essas mudanças que apenas depreciaram a refilmagem. Por outro lado, a disponibilidade de efeitos especiais mais modernos possibilitou uma nova releitura dos ataques da névoa sobrenatural e na concepção dos fantasmas, permitindo uma avaliação comparativa pelo público. Após fazer essa avaliação, ainda prefiro os fantasmas do primeiro filme, mais grotescos, imponentes e ameaçadores, constituindo-se num destaque nesse filme de Carpenter, claramente mais voltado para um horror sugerido.

A Névoa (2005) (1)

E é impossível deixar de comentar a incrível falta de competência dos responsáveis pela escolha do título nacional, pois nesse caso específico o trabalho seria muito fácil: bastava chamar a refilmagem com o mesmo nome adotado para o original na época, ou seja A Bruma Assassina. Porém, para confundir ainda mais os colecionadores e dificultar um trabalho de catalogação, o remake ganhou um novo e diferente nome, que apesar de ser coerente (A Névoa), não é a decisão mais acertada. O mesmo aconteceu com outros exemplos como Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead, 1978) e Madrugada dos Mortos (2004), Quadrilha de Sádicos (The Hills Have Eyes, 1977) e Viagem Maldita (2006), e O Homem de Palha (The Wicker Man, 1973) e O Sacrifício (2006, sendo que nesse último caso, o nome escolhido é até um grande spoiler).

A Névoa seria inicialmente exibido nos cinemas brasileiros (pôsteres de divulgação estavam expostos e um trailer chegou a circular pelas salas de exibição), porém a ideia foi cancelada e o filme foi lançado diretamente no mercado de vídeo pela Columbia Pictures. O DVD traz como materiais extras os comentários do filme pelo diretor Rupert Wainwright, cenas excluídas, trailers de outros filmes, além de três documentários curtos (de cerca de 10 minutos cada), com entrevistas da equipe de produção revelando detalhes de bastidores, tudo devidamente legendado em português.

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Juvenatrix

Uma criatura da noite tão antiga quanto seu próprio poder sombrio. As palavras são suas servas e sua paixão pelo Horror é a sua motivação nesse Inferno Digital.

4 thoughts on “A Névoa (2005)

  • 24/08/2021 em 13:44
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    Esse filme se resume em uma única palavra: LIXO!!!

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  • 07/07/2020 em 11:47
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    Um filme tão ruim, que comecei a assistir e parei nos 25 minutos, e não sei como obtive ânimo pra assistir o restante no dia seguinte, péssimos atores que não funcionaram em nenhum momento, uma verdadeira decepção, sem suspense algum, roteiro furado e efeitos clichês, o fato é que não dá nem pra acreditar que Capenter participou da produção desse lixo, sendo que o filme original de 1980 (A Bruma Assassina) produzido por ele mesmo é um clássico inigualável que não canso de assistir, se for exibido mil vezes assisto todas, inclusive tenho em minha coleção de raridades.

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  • 08/06/2020 em 17:58
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    Eu assisti esse filme ontem, e adorei!
    Nunca assisti o original, mas o filme me surpreendeu. Adorei os efeitos especiais e o elenco (principalmente a Selma Blair). O filme nao é perfeito, e tem alguns exageros, mas eu gosto mesmo assim!

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  • 07/02/2015 em 23:04
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    Um filme inutil. Um remake sem razão de existir, apesar da presença de Selma Blair e de John Carpenter, criador do VERDADEIRO FILME!
    Nem consegui assistir, de tão ruim.
    Péssimo.

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