Monstrosity (1963)

3.5
(4)

Monstrosity
Original:Monstrosity
Ano:1963•País:EUA
Direção:Joseph V. Mascelli, Jack Pollexfen
Roteiro:Vy Russell, Sue Dwiggins, Dean Dillman Jr.
Produção:Dean Dillman Jr., Jack Pollexfen
Elenco:Marjorie Eaton, Frank Gerstle, Frank Fowler, Erika Peters, Judy Bamber, Lisa Lang, Bradford Dillman

“A morte pode ser derrotada? O segredo da vida eterna está logo ali? Hoje em dia a ciência médica faz reparações de corpos mutilados, transplantando pele, olhos, membros e até órgãos vitais. O próximo passo será o transplante de cérebro humano? Muitos cientistas dizem que sim, mas fazem uma pausa e dão um aviso sombrio. Pois as antigas lendas populares falam de vampiros sugadores de sangue que saem de suas tumbas para se alimentarem dos corpos de suas vítimas indefesas. Estará o Homem condenado a produzir uma raça de monstros imortais pior do que os vampiros das lendas? Poderão homens e mulheres impiedosos de grande riqueza e poder comprar ou roubar corpos vivos jovens e belos para que seus cérebros possam viver para sempre? Estas questões podem parecer extravagantes, mas neste exato momento os cientistas estão trabalhando para realizar transplantes de cérebros. E eles utilizam corpos humanos.”

Com fotografia original em preto e branco e disponível no Youtube com a opção de legendas em português e também em versão colorizada por computador, Monstrosity (1963), dirigido por Joseph V. Mascelli e finalizado pelo produtor Jack Polexfen (não creditado), é mais um filme picareta do cinema fantástico bagaceiro do extremamente produtivo período entre os anos 50 e 60 do século passado. Explorando os temas de “cientista louco” e “pessoas transformadas em monstros”, o filme é curto, com apenas 65 minutos, num roteiro absurdo com experiências envolvendo radiação, numa época conturbada com o medo constante das consequências do uso indevido de energia atômica.

Uma idosa avarenta e rica, Sra. Hetty March (Marjorie Eaton), interessada em vida eterna, está financiando as experiências bizarras de um “cientista louco”, Dr. Otto Frank (Frank Gerstle), que aceita os recursos para seus projetos científicos envolvendo reanimação de cadáveres e transplantes de cérebros com o uso de radioatividade, alegando a sempre boa intenção de fazer algo para o bem da humanidade como um incompreendido homem da ciência (clichê da maioria dos “cientistas loucos” do cinema bagaceiro). Inicialmente com transplantes de animais em pessoas, com resultados fracassados criando “monstruosidades” como um homem com cérebro de cachorro e uma mulher com cérebro de gato, além de outra bela mulher (Margie Fisco) cujo cadáver foi roubado do cemitério e que se transformou em zumbi vagando sem rumo pela casa e arredores.

A ideia era transplantar o cérebro da tirana Sra. March num corpo mais jovem, através de uma cirurgia pioneira do cientista e para a escolha do modelo adequado, foram recrutadas três belas moças estrangeiras com a falsa promessa de trabalho na mansão, como a mexicana Anita Gonzalez (Lisa Lang), a inglesa Beatrice Mullins (Judy Bamber) e a austríaca Nina Rhodes (Erika Peters), com o serviço sujo sempre executado por Victor (Frank Fowler), uma espécie de gigolô interessado apenas na fortuna da velha.

“Ele encontrou uma maneira para enganar a morte? Ou criou outra monstruosidade?”

Monstrosity é um filme ruim e é uma pena que diverte pouco, pois o apreciador do antigo cinema fantástico bagaceiro terá que se contentar apenas com alguns elementos sutis de horror gótico com os porões sombrios da mansão da idosa milionária, que abriga o laboratório do “cientista louco” com seus aparelhos e máquinas elétricas bizarras, incluindo um cíclotron, numa atmosfera levemente sinistra nos corredores e salas onde a morte parece rondar à espreita. Os efeitos práticos do laboratório são de Ken Strickfaden, o mesmo criador da parafernália similar nos clássicos Frankenstein (1931) e A Noiva de Frankenstein (1935), da produtora “Universal”.

Faltam monstros toscos e os realizadores perderam uma grande oportunidade, mesmo com um orçamento pequeno, de apresentar um desfile de atrocidades com criaturas mutantes obtidas pelas experiências misturando animais domésticos e pessoas.

O filme foi feito em 1958, mas somente foi lançado em 1963 depois de muitas dificuldades financeiras. Também é conhecido pelo título original alternativo The Atomic Brain. Seguindo uma prática vista em inúmeros filmes similares da época, tem um narrador não creditado para tentar criar uma ideia sensacionalista, e parte de suas frases ilustram esse texto. Ele é o ator Bradford Dillman (1930 / 2018), que esteve em vários filmes divertidos do cinema de gênero como Balada Para Satã e A Fuga do Planeta dos Macacos (ambos de 1971), além de outras tranqueiras como Praga Infernal (1975) e Piranha (1978). Ele é irmão de um dos roteiristas, Dean Dillman Jr..

 “Tal como acontece com os outros corpos roubados de cemitérios, as terminações nervosas do cérebro estavam demasiado danificadas para receberem um transplante adequado. O experimento não conseguiu produzir nada além de uma criatura parecida com um zumbi que andava e respirava. Mas o médico permitiu que ela andasse pelo laboratório – ela era inofensiva e às vezes até divertida.”

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Juvenatrix

Uma criatura da noite tão antiga quanto seu próprio poder sombrio. As palavras são suas servas e sua paixão pelo Horror é a sua motivação nesse Inferno Digital.

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