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Anaconda 3
Original:Anaconda: Offspring
Ano:2008•País:EUA, Romênia
Direção:Don E. FauntLeRoy
Roteiro:Nicholas Davidoff, David C. Olson
Produção:Alison Semenza King
Elenco:David Hasselhoff, Crystal Allen, Ryan McCluskey, Patrick Regis, Anthony Green, John Rhys-Davies, Alan O'Silva, Serban Celea

Fundado em 1992, foi a partir do novo milênio que o canal SyFy (Sci Fi Pictures) se consolidou como uma vitrine de produções bagaceiras. Muitas delas foram produzidas pelo próprio canal, com exibições entre séries e programas diversos, com qualidade duvidosa. Daí vieram franquias como Sharknado, Sharktopus, Ataque de Tubarões de Múltiplas Cabeças, Mega Tubarão e filmes que exploraram lançamentos de sucesso (Batalha dos Mortos quando era anunciado Eu Sou a Lenda; Independence Daysaster; Guerra dos Mundos 2; AVH: Aliens Vs Hunter; Avengers Grimm…) e continuações de obras conhecidas (Cubo 2: Hipercubo; Pumpkinhead 3 e 4; Pânico no Lago 2, 3…; Re-Animator: Fase Terminal; A Volta dos Mortos Vivos 4 e 5…). Em seu catálogo oportunista, há espaço para todo tipo de trasheira moderna contendo monstros digitais dos mais bizarros, fim do mundo em efeitos precários e, claro, cobras gigantes oriundas de experimentos científicos.

Depois do sucesso do Anaconda original, considerado o guilty pleasure de muitos fãs do cinema dos anos 90, foi lançada uma segunda parte em 2004, Anaconda 2: A Caçada pela Orquídea Sangrenta, ainda com bons efeitos especiais e passagem pelas telas grandes. Sem alcançar uma boa bilheteria como o primeiro filme, a possibilidade de um Anaconda 3 só poderia existir com o incentivo do canal SyFy. Teve sua estreia no canal no dia 26 de julho de 2008, apostando suas fichas na presença do ator David “SOS Malibu” Hasselhoff, uma presença que talvez só atraia o interesse de seus fãs particulares.

Ele “interpreta” o experiente caçador Stephen Hammett, que aparece no prólogo liderando uma equipe no Rio Amazonas (na verdade, um local na Romênia) até confrontar uma cobra digital, e o diretor, Don E. FauntLeRoy, mostrar que os problemas da produção vão além dos efeitos especiais. O ataque é terrivelmente mal filmado, com a câmera histérica dificultando para o espectador saber o que está acontecendo. O destaque inicial envolve algo que acompanhará a produção inteira – e são os únicos méritos do filme: muito sangue e gore, sem poupar o público do líquido rubro. Na cena seguinte, o laboratório da Wexel Hall (empresa mencionada no segundo filme) está desenvolvendo um soro com a tal orquídea sangrenta, que pode trazer a cura do câncer, Alzheimer e outras doenças degenerativas.

Na verdade, toda a missão de Anaconda 2 é finalmente justificada: o financiador Peter “J.D.” Murdoch (John Rhys-Davies, o Sallah de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, e o anão Gimli de O Senhor dos Anéis) está com os dias contados e busca uma cura. A Dra. Amanda Hayes (Crystal Allen) e o cientista Darryl (Alin Constantinescu) trabalham na fórmula, sob a pressão do administrador Pinkus (Ryan McCluskey), que mantém uma grandiosa anaconda em cativeiro. Quando Murdoch a provoca com uma lanterna, ela escapa de seu habitat, estraçalhando quem encontra pelo caminho, com muitas sequências de cabeças arrancadas e entranhas expostas. Ainda no laboratório, a cobra liberta uma rainha anaconda, escapando, por fim, do local.

Murdoch convoca Hammett para auxiliar na captura, enquanto outra equipe, com o apoio de Amanda e Pinkus, aproveita um rastreador para persegui-la pelos campos e fazendas. Numa delas, a morte de um fazendeiro (Banica Gheorghe) em seu celeiro é tão mal filmada e demorada, que você até pensa que aquilo vai ter alguma importância além de um suspense barato e efeitos risíveis da criatura se alimentando dele. Perseguição de carro, explosões, disparos, mais mortes sangrentas, com a cobra usando seu corpo para perfurar vítimas até culminar numa fábrica abandonada, onde um dos personagens carismáticos vai se revelar como vilão para surpresa de zero pessoas.

Filmado junto com o quarto filme, também contando com Crystal Allen e John Rhys-Davies, Anaconda 3 esquece a boa qualidade técnica dos dois primeiros filmes, o teor aventureiro de exploração, para abraçar o tom bagaceira de outros longas ofídicos, como Python, King Cobra e Boa. Mesmo com o excesso de mortes sangrentas, os efeitos ruins e o enredo óbvio impedem qualquer possibilidade de entretenimento. Não serve como continuação e nem faz o estilo “filme ruim divertido“, ainda que o canastrão David Hasselhoff esteja presente para destilar frases idiotas como “Onde há sangue, há mais sangue.

Não se podia esperar muito realmente de um Anaconda 3, produzido pelo canal SyFy. Muitas das produções exibidas nele tentam fingir que são sérias, como parte de um cinema que se esforça para fazer algo aceitável. Se o roteiro, de David C. Olson e Nicholas Davidoff, entendesse suas limitações e partisse para algo como Sharknado, o resultado seria um pouco melhor, ainda que o filme continuasse ruim. Uma autoparódia seria muito bem-vinda aqui! Para quem curtiu os primeiros dois filmes com a sucuri verde, é bom passar bem longe desta terceira parte e também do quarto exemplar, além de outros derivados. Já os que apreciam o cinema do quintal de Hollywood, boa diversão.

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