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O Chamado do Mal
Original:Malicious
Ano:2018•País:EUA
Direção:Michael Winnick
Roteiro:Michael Winnick
Produção:Brett Forbes, Patrick Rizzotti, Kevin Alexander Heard
Elenco:Bojana Novakovic, Josh Stewart, Delroy Lindo, Melissa Bolona, Yvette Yates, Luke Edwards, Jaqueline Fleming, Ben VanderMey, Presley Richardson, Joy Kate Lawson

Um amontoado de clichês em um enredo que não surpreende, O Chamado do Mal (Malicious, 2018) chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira. É a velha história do casal que se muda para uma nova casa e passa a ser atormentado por visões aterrorizantes até buscar a ajuda de um parapsicólogo. A impressão que o espectador tem ao ver o trabalho de Michael Winnick (A Sombra, 2007) é a de estar realmente revendo um filme, e um que não foi assim tão marcante. São tantos enredos similares que a identificação só pode ser feita pelo elenco, uma vez que o próprio título já traz a união de termos comuns no estilo: “O Chamado” com a locução adjetiva, “do mal“, que serve apenas para facilitar a relação com o gênero horror.

Você viu aquele filme que estreou? O Chamado do Mal?“. “Oi? Já não tinha estreado?“. “É aquele com Josh Stewart, que fez O Colecionador de Corpos e Sobrenatural: A Última Chave?“. É a conversa ainda ficará mais complicada com o passar dos anos, quando novos “chamados do mal” chegarem ao cinemas, envolvendo casais que se mudam para ambientes que parecem assombrados. E neste ainda há uma caixa maldita (vide A Possessão, 2012), que recebe o nome “caixa da fertilidade” e que não pode ser aberta. É claro que a grávida Lisa (Bojana Novakovic, de A Maldição da Floresta, Demônio, Arraste-me para o Inferno), no primeiro dia na nova morada, irá fazer tudo aquilo que dissera que evitaria ao marido: correr, montar o berço, perder o bebê.

Assim que é contratado para lecionar matemática numa faculdade, Adam (Stewart) recebe como mimo uma imensa casa rural. Enquanto dá as suas aulas iniciais, sob a testemunha do auxiliar David (Ben VanderMey) e do parapsicólogo Dr. Clark (Delroy Lindo) – olha só, um especialista que vê coisas e é cego (Uau) -, a esposa abre a caixa e faz seu tradicional jogging até encontrar a vítima do prólogo, Emily (Yvette Yates), que já alerta sobre a raiva que as pessoas terão em breve dela – e do filme também. Ao ter uma visão de um bebê, com rosto modificado por computador, ela sofre um aborto e ainda fica sabendo que não poderá mais ser mãe. O episódio abala a família, principalmente Adam que se vê obrigado a receber a irmã de Lisa, Becky (Melissa Bolona, de O Lago dos Tubarões, 2015), em casa, com seus rituais de contato com a natureza e incensos.

Novas visões passarão a incomodar Lisa e posteriormente Adam, que chega a ter um momento Jack Nicholson em O Iluminado ao beijar uma mulher bonita no banheiro e vê-la se transformando numa senhora caquética. Além da velha e do bebê, aparecem também uma criança (Presley Richardson), uma adolescente (Joy Kate Lawson) e uma mulher (Bailee MyKell Cowperthwaite), levando o cético Adam a ter que chamar o parapsicólogo para uma investigação. Assim como Sobrenatural, virá o discurso: “Não é a casa que é assombrada…

Nunca fica claro se há algum interesse específico da faculdade pela família. O infernauta chega a se questionar se não haveria um plano por trás de tudo, algo similar aO Bebê de Rosemary, sendo que até o próprio protagonista não entende porque fora tão beneficiado com o emprego. Também fica obscuro no enredo de Winnick a razão pelo qual o casal recebeu a caixa? Qual a finalidade disso? Além disso, não é compreensível nem mesmo as razões das entidades, como se não houvesse um propósito que não seja o ciclo de “saída” e “entrada“. E a última cena, então, numa possível vingança, não se justifica se você pensar que a pessoa pode simplesmente não abrir o objeto.

Ainda complica uma boa avaliação a ausência de sustos, cenas de tensão, medo. A caracterização ruim dos fantasmas, o teste das Vozes do Além não traz arrepios, efeitos digitais nas feridas, na morte de personagens. Tudo flui insatisfatoriamente. Se há um conceito interessante e deve ser mencionado é o do quadro que muda durante algumas cenas do filme. Não é novo – lembra daquele episódio do Galeria Noturna? -, mas sempre traz um bom resultado. É uma pena que esse detalhe e a direção correta de Winnick, não sejam suficientes para que você não ouse chamar o mal.

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1 comentário

  1. Talvez a pior crítica que já li na vida. Em função dela não comentarei o filme.

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