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A Casa no Bayou
Original:A House on the Bayou
Ano:2021•País:EUA
Direção:Alex McAulay
Roteiro:Alex McAulay
Produção:Paige Pemberton, Paul Uddo
Elenco:Angela Sarafyan, Paul Schneider, Lia McHugh, Jacob Lofland, Doug Van Liew, Lauren Richards, Rhonda Johnson Dents

A Blumhouse segue em ritmo acelerado na produção de obras de terror e suspense, seja para os cinemas ou para os sistemas de streaming. É claro que entre inúmeras produções que chegam ao seu catálogo pode ser que nem todas tragam as qualidades de seus filmes mais bem conceituados como Corra!, Halloween Kills, A Caçada e A Morte te dá Parabéns. Para que o engenho funcione, a empresa desenvolveu selos menores como Blumhouse Television, que, diferente de O Homem Invisível e Fragmentado, traz na direção cineastas estreantes e no elenco rostos pouco conhecidos. Não é vista uma menina fantasma ou uma cadeira rodopiante com uma caveira que atravessa fechadura antes de iniciar a produção e, no caso, ainda pode contar com parcerias como é o caso da Epix, que lançou recentemente o também irregular The Deep House.

A aliança entre Blumhouse e Epix é responsável pelo thriller horrendo (no mau sentido) A House on the Bayou. Com direção e roteiro de Alex McAulay, que se saiu melhor em Don´t tell a Soul, o longa recicla o velho enredo da família problemática que é incomodada por acontecimentos estranhos ao passar as férias numa casa isolada. A cartilha é seguida à risca: depois que Jessica (Angela Sarafyan, de Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal) descobre a traição do marido, o professor que parece ter fugido de um sitcom John Chambers (Paul Schneider, da série NOS4A2), resolve lhe dar uma segunda chance, com pensamentos voltados à filha Anna (Lia McHugh, de O Chalé). Com inúmeras patadas da esposa, ainda abalada pela descoberta e apenas suportando a presença do marido, este é incumbido de uma missão aparentemente simples: comprar costeletas de vitela para o jantar.

Assim se estabelece o conflito principal. Traição com a aluna Vivienne (Lauren Richards) é até aceita, mas mentir que não encontrara vitelas em um mercado da roça, com um estoque farto de peças bem embaladas, pela simplesmente preferência por hambúrguer já é demais. E é lá no estabelecimento que Anna flerta com o estereotipado Isaac (Jacob Lofland, de Maze Runner: A Cura Mortal), que basta uma investida mais acentuada para a jovem, que se veste com uma senhorinha, empolgar-se. Ao receber a nota fiscal pela compra, John percebe uma mensagem discreta ao lado do valor irrisório escrita pelo vendedor (Doug Van Liew): “Você está sendo vigiado pelo diabo.“. Ele nem se importa muito com a mensagem porque deve ter pensado “sim, sou casado“.

Mais tarde, Isaac irá visitar a família para propor um insistente jantar em companhia do avô, o mesmo tiozinho do mercado. Mesmo com a possibilidade improvável e um contratempo, eles aceitam que a reunião aconteça na própria casa. E é nela que acontecerá o maior embate de A House on the Bayou, iniciando pelas falas ousadas de Isaac e o “modo como ele olha para Anna“. Mas o que poderia ser um thriller de invasão domiciliar ao estilo Violência Gratuita resulta em episódios nonsenses quando o jovem demonstra ser uma versão mais envelhecida do garoto “mágico” do longa No Limite da Realidade. Seja para acender velas ou conseguir a chave de um quarto secreto, onde se esconde um cão do inferno da falecida série Supernatural, seus poderes surpreendem menos do que a reviravolta do último ato, quando uma conspiração tola é revelada.

Com um enredo que não se define como suspense ou fantástico, A House on the Bayou atira para todos os lados e erra todos os alvos. Mal realizado, com péssimos posicionamentos de câmera e efeitos especiais ruins, o filme não é favorecido pela escolha do elenco e nem pelo final esticado, excessivamente explicadinho, não sabendo como chegar aos créditos finais. Até mesmo a trilha incidental, de Joseph Stephens, incomoda em demasia por tentar emular o estilo anos 70 e 80, flertando com Halloween e outras obras do período.

Não há uma razão sequer para recomendar uma visita A House on the Bayou. Em meio a um universo de produções similares, mas com certeza mais interessantes, trata-se de um exemplar sonífero que a Blumhouse tenta descer pela goela do espectador. Ignore sua existência, tanto quanto John fingiu que não viu as vitelas na vitrine.

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