The Boulet Brothers’ Dragula – 4ª Temporada (2021)

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The Boulet Brothers’ Dragula – 4ª Temporada
Original:The Boulet Brothers’ Dragula – Season 4
Ano:2021•País:EUA
Direção:Nathan Noyes
Roteiro:The Boulet Brothers
Produção:Samuel Zimmerman
Elenco:Astrud Aurelia, Bitter Betty, Dahli, Formelda Hyde, HoSo Terra Toma, Jade Jolie, Koco Caine, La Zavaleta, Merrie Cherry, Saint, Sigourney Beaver

Após um ano de hiato, a 4ª temporada de Dragula – adiada por conta da pandemia de COVID-19 e substituída pelo especial The Boulet Brothers’ Dragula: Resurrection – estreia dias antes do Halloween de 2021 na plataforma de streaming Shudder.

As regras do reality show permanecem as mesmas: 11 artistas drag deverão passar por uma série de desafios extremos, sendo também avaliados em diversos quesitos, incluindo maquiagem de efeitos especiais, confecção de figurinos inspirados no universo do terror, atuação, performance musical, dentre outros. No final, restará apenas um “monstro” que receberá o título de World’s Next Drag Supermonster, além de um prêmio de 100 mil dólares, uma baita mudança se formos comparar com a 1ª temporada do programa, que tinha como prêmio apenas 10 mil dólares arrecadados por “vaquinha”.

Essa temporada apresenta vários pontos fortes. Como sempre, a força do elenco e o talento dos competidores se sobressaem, presenteando o público com momentos icônicos, como no episódio sobre palhaços assassinos, a festa na praia dos vampiros, o curta de terror/comédia batizado “Exorsisters” e, especialmente, o desafio dos ícones clássicos do terror. Posso afirmar que foi um deleite ver tantas lendas do terror sendo reimaginadas sob a visão destes novos artistas, como uma versão dourada da noiva de Frankenstein, uma Mortícia Addams preta e um Leatherface drag queen – muito melhor do que vimos em O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno (1994).

Precisamos elogiar a qualidade dos esquetes de abertura, que já são uma marca registrada do reality. Agora, eles não são mais apenas histórias avulsas jogadas no início de cada episódio, mas apresentam forte relação com o tema do desafio do dia, sendo muito bem amarrados no final do episódio com a cena de morte do competidor.

Também notei uma melhora no que diz respeito à criatividade para a elaboração dos desafios de extermínio, em comparação à 3ª temporada. Dessa vez, os participantes com pior desempenho em cada episódio tiveram que provar ter Dragula no sangue, passando por desafios como: submergir o braço em um aquário cheio de sanguessugas famintas, terapia de choque e, o meu preferido, ser selado à vácuo da cabeça aos pés em uma câmara de látex sem poder respirar.

Com tantos aspectos positivos, não é de se estranhar que a quarta temporada seja considerada – pela maioria dos fãs – a melhor do show até o momento. Vale a pena lembrar que esta também é a temporada mais bem avaliada no IMDB. A qualidade da produção do programa atingiu aqui o seu ápice e nem de longe nos remete aos defeitos técnicos da temporada de estreia. Porém, confesso que sinto falta da crueza visceral que marcaram os primórdios de Dragula. Não consigo imaginar hoje em dia, por exemplo, um participante induzir o próprio vômito no palco principal, assim como Vander Von Odd fez em sua final.

Se não tomar cuidado, o reality show, que se destacou justamente por ser antissistema, pode acabar caindo na mesmice de outros programas do mainstream. Ao investir cada vez mais em storylines, dramas forçados e fórmulas conhecidas, a criação dos Boulet Brothers parece estar caminhando para um formato cada vez mais parecido com o de RuPaul’s Drag Race.

De maneira geral, a quarta temporada de Dragula é sim uma de suas melhores. Com um incremento substancioso em seu orçamento, o programa consegue atender com maestria tudo o que se propõem a fazer: entregar maquiagens e figurinos de terror com qualidade excepcional, proporcionar momentos de desconforto, repulsa e aflição com os desafios de extermínio, sem deixar de lado o entretenimento e os barracos que tanto agradam aos fãs de reality shows.

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Taison Natarelli

Biólogo e enfermeiro, nascido e criado em Jaboticabal-SP, a cidade dos zumbis e das “Sete Catacumbas”. Um geek apaixonado por filmes de terror e ficção científica, especialmente os slashers dos anos 70/80 e Jurassic Park.

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