Black Bird (2022)

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Black Bird
Original:Black Bird
Ano:2022•País:EUA
Direção:Michaël R. Roskam, Joe Chappelle, Jim McKay
Roteiro:Dennis Lehane, Riccardo DiLoreto, James Keene, Hillel Levin, Sean K. Smith, Steve Harris
Produção:David Diliberto, Joe Guest, Martin Salgo
Elenco:Taron Egerton, Paul Walter Hauser, Sepideh Moafi, Greg Kinnear, Ray Liotta, Joe Williamson, Robert Wisdom, Robyn Malcolm, Tony Amendola, Melanie Nicholls-King, Jake McLaughlin, Laney Stiebing, Cecilia Leal

O excesso de expectativa talvez tenha prejudicado o meu prazer de assistir Black Bird, festejada série da Apple TV. Com ecos de Mindhunter (2017-2019), criada pelo aclamado escritor Dennis Lehane, com um elenco de peso, além do bom enredo baseado numa história real, esperava uma experiência extraordinária no gênero true crime.

Contudo, infelizmente, para mim a mágica não aconteceu para torná-la memorável, mas apenas OK. Sei que estou indo na contramão da maioria das críticas publicadas, mas considero a realização deveras morna, os episódios arrastados e Taron Egerton, fantástico em Rocketman (2019) e Kingsman (2014), caricato nos momentos em que se esperava uma intensa carga dramática.

Tudo isso é plenamente desculpável se levarmos em consideração a ótima produção, a história aterradora e o gabarito dos coadjuvantes Ray Liotta e Greg Kinnear. Agora, imperdoável é a caracterização do sempre eficiente Paul Walter Hauser. Compondo um tipo, o ator imprime no seu personagem um grau elevado de infantilidade que reduz o seu impacto em tela. A composição é, no mínimo, contraditória, já que o personagem é alguém muito inteligente, não um imbecil movido pelos seus instintos, como às vezes o ator quer nos fazer acreditar.

Bom, a história é a seguinte: o molestador de adolescentes Larry Hall é levado à cadeia, mas, por ser um mentiroso contumaz e já ter confessado diversos crimes para chamar a atenção, pode ser solto por um recurso pendente de julgamento no tribunal. O FBI, ciente de que a Justiça poderá colocar de volta na sociedade um perigoso estuprador e assassino, convence um simpático e carismático traficante de drogas a se aproximar, ganhar a confiança de Larry para fazer com que ele indique onde enterrou os corpos de suas vítimas e, assim, produzir provas para manter o sujeito em cana.

Vale a pena ver, sem grandes ilusões, pela austeridade do projeto, pela importância da temática e para reverenciar um dos últimos trabalhos do ótimo Ray Liotta, morto em 2022.

Um adendo: como disse no início, minha alta expectativa também foi gerada pelo nome de Dennis Lehane na produção, autor de ótimos livros que foram matéria prima para grandes obras do cinema, como Sobre Meninos e Lobos (2003), Medo da Verdade (2007) e Ilha do Medo (2010). Sobre esses três filmes citados, recomendo fortemente a, quem não viu, assisti-los o mais breve possível.

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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