A Noiva de Frankenstein (1935)

4.8
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A Noiva de Frankenstein (1935) (3)

A Noiva de Frankenstein
Original:The Bride of Frankenstein
Ano:1935•País:EUA
Direção:James Whale
Roteiro: John L. Balderston, William Hurlbut
Produção:Carl Laemmle Jr
Elenco:Boris Karloff, Colin Clive, Valerie Hobson, Ernest Thesiger, Una O’Connor, Elsa Lanchester, E. E. Clive, Dwight Frye, P. Heggie, Anne Darling, Douglas Walton, Gavin Gordon, Neil Fitzgerald, Reginald Barlow, Mary Gordon, Ted Billings, Lucien Prival, John Carradine, Maurice Black, Billy Barty, Norman Ainsley, Joan Woodbury, Arthur S. Byron, Josephine McKim, Kansas DeForrest, Peter Shaw, Walter Brennan, Helen Parrish

Quem pensou que o monstro havia morrido no final do filme de 1931 se enganou, pois ele retornou quatro anos depois no também clássico The Bride of Frankenstein, que é considerado pela crítica um filme mais fiel às suas origens, com um roteiro melhor, cenários mais impressionantes, belíssima música e um alegre e fino senso de humor. O filme começa com a escritora Mary Shelley (Elsa Lanchester), seu marido Percy (Douglas Walton) e seu amigo Lord Byron (Gavin Gordon), conversando reunidos em volta de uma lareira. Eles discutem a novela de Mary Shelley, Frankenstein, e expressam o seu desapontamento com o final. A escritora é então persuadida por Lord Byron a continuar a história, seguindo da suposta morte da criatura num moinho em chamas. Depois dos pais da garota afogada no primeiro filme descobrirem que o monstro havia escapado do fogo, refugiando-se num lago embaixo do moinho, eles caem nas suas garras e são assassinados.

Logo após, ele encontra uma velha senhora de voz irritante, empregada do castelo do
cientista Henry Frankenstein, assustando-a numa cena muito engraçada, estabelecendo aí o tom humorístico. Procurando companhia, a criatura parte para a floresta, salva uma pastora (Anne Darling) que conduzia ovelhas, do afogamento, mas é capturado pelos aldeões. Escapando da prisão da vila, ele aterroriza a região matando várias pessoas, até encontrar um velho ermitão cego (O. P. Heggie) com o qual faz amizade e aprende a falar.

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Mas dois caçadores chegam (um deles é o grande John Carradine, aqui numa pequena ponta) e revelam a identidade da criatura, que foge. Enquanto se recupera de seu recente e fatal confronto com o monstro que criara, Henry Frankenstein (Colin Clive) é visitado por um antigo professor, Dr. Pretorius (Ernest Thesiger). Ele revela a Henry suas experiências na criação de vida: pequenos seres humanos dentro de jarros de vidro.

Nesta sequência vemos excelentes efeitos visuais de miniaturização, principalmente para um filme de 1935. Ansioso para criar uma companheira para o monstro, o Dr. Pretorius convence a força o cientista a ajudá-lo, raptando sua esposa Elizabeth (Valerie Hobson). Reparem que no filme anterior, Elizabeth foi interpretada por uma outra atriz, Mae Clarke. Depois que o ajudante de Pretorius, Karl (Dwight Frye, o mesmo anão corcunda que interpretou Fritz em 1931), assassina uma jovem mulher para utilizar seu coração humano, a criação dos cientistas vem à vida durante uma violenta tempestade elétrica. A criatura, vivida também por Elsa Lanchester, é uma mulher normal com exceção do estranho cabelo com enormes mechas brancas, que foi inspirado em antigas esculturas da rainha egípcia Nefertiti.

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Quando chega o momento do monstro requerer sua companheira, ela se afasta e grita horrorizada. Agoniado, ele se destrói e a todos puxando uma alavanca que aciona uma explosão no laboratório, depois de permitir que Frankenstein, seu criador, fugisse com sua esposa Elizabeth. Novamente aqui o final foi alterado. Originalmente o cientista e sua esposa morreriam na explosão do laboratório, mas um novo final feliz foi colocado no lugar, no qual eles escapam em cima da hora. Entretanto, uma cena sobrou onde observadores mais atentos (quem tiver o filme gravado em vídeo, congele a imagem) podem localizar Henry sendo morto no laboratório (no canto esquerdo da tela), esmagado por escombros derrubados na explosão. Algum material de sobra do filme foi ainda mais tarde utilizado em sequências de Ghost of Frankenstein (1942) e House of Dracula (1945).

Existem muitas outras curiosidades e detalhes de bastidores do filme. Durante a concepção do roteiro, os escritores consideravam a morte da esposa de Frankenstein, assassinada pelo ajudante Karl, para que seu cérebro pudesse ser insertado no crânio da companheira do monstro, mas a ideia foi rejeitada pela Universal. Originalmente o filme se chamaria The Return of Frankenstein, mas o título escolhido acabou sendo The Bride of Frankenstein, o que criou o famoso erro no público que Frankenstein é o nome do monstro em vez de seu criador.

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Inicialmente, o papel do Dr. Pretorius seria do ator Claude Rains (o Fantasma da Ópera do cinema na versão de 1943), mas outros compromissos tornaram isso impossível e o escolhido foi Ernest Thesiger, que teve uma performance excelente e que entre outras, foi o autor da seguinte frase numa conversa com Henry: Enquanto você estava brincando com carne morta, eu vinha com a semente original.

Cerca de quinze minutos da versão inicial foram cortados. Entre eles, as sequências onde a investigação de um médico legista é interrompida pela repentina chegada do monstro, que mata violentamente o burgomestre da aldeia (E. E. Clive); a cena onde um aldeão, Karl Glutz, mata seu tio para roubar-lhe as economias e põe a culpa no monstro; um diálogo entre um amargurado Dr. Pretorius e Henry Frankenstein, onde o primeiro acusa o cientista de utilizar erradamente suas teorias de criação da vida e de levar a culpa por isso; a cena onde o monstro fugitivo esmaga um aldeão; e aquela onde ele acaricia o rosto de uma garota morta cujas partes do corpo seriam utilizadas na criação de sua companheira.

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Entre as sequências antológicas, destaca-se aquela em que o monstro, triste por ser rejeitado por sua companheira, e revoltado com o criador Dr. Pretorius, diz com uma lágrima escorrendo pelo rosto, Nós pertencemos aos mortos, e puxa a alavanca que iniciaria uma explosão no laboratório e que os destruiria. A música de Franz Waxman foi um sucesso tão grande que a Universal utilizou-a em sequências de Flash Gordon, Buck Rogers e inúmeros outros filmes B. Enfim, apesar dos cortes e finais felizes, este e o anterior são dois clássicos imortais do cinema de horror da década de 30, juntamente com The Mummy e King Kong, ambos de 1933.

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Juvenatrix

Uma criatura da noite tão antiga quanto seu próprio poder sombrio. As palavras são suas servas e sua paixão pelo Horror é a sua motivação nesse Inferno Digital.

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